Em 2000, Zé Ivaldo jogou no CAP. Foto: Frankie Marcone |
A
edição de hoje de O Poti traz uma matéria especial com o ex-atacante
Zé Ivaldo. A matéria é do repórter Luan Xavier e colaboração deste
blogueiro. Confira:
"Aí Mingo veio, pela linha de fundo, ali pela esquerda, aí cruzou. Quando ele cruzou, eu peguei de primeira, de esquerda (silêncio). O campo estava lotado naquele dia, viu?!". O relato emocionado é de José Ivaldo de Medeiros, de 41 anos, comerciante. Exatamente há 15 anos ele era apenas Zé Ivaldo, atacante do time do América de 1996, que conseguiu o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. O fato trata de um momento que está - e assim ficará - guardado na memória dos amantes do futebol potiguar: o gol antológico contra o Náutico, aos 38 do segundo tempo, que garantiu o time rubro na segunda colocação do quadrangular final da Segunda Divisão daquele ano e carimbou o passaporte do América rumo à Série A de 1997. Tranqüilo, de andar acanhado, Zé Ivaldo não passa despercebido aonde vai. O assunto, claro, não poderia ser outro a não ser o gol, digno de placa, na trave à direita das cabines de rádio do estádio Machadão.
Se fosse hoje, o Brasil inteiro poderia ter conferido na hora. Na época, apenas os torcedores do time do Recife, que assistiam ao vivo em sua cidade a partida entre América e Náutico naquele 24 de novembro de 1996, e os pouco mais de 15 mil torcedores que estiveram no estádio puderam ver o único, porém mais que suficiente, gol daquela tarde de domingo. E se o Brasil inteiro tivesse visto na hora, na opinião de Zé Ivaldo, a história poderia ter sido bem diferente. "Se fosse hoje seria mais fácil, a repercussão seria bem maior. Com certeza teria aparecido algum time de maior expressão nacional interessado em me levar", diz. Por aqui, restou a quem vivenciou o que muitos chamam de "pintura" contar aos que perderam o inesquecível gol. E histórias não faltam. Exageros, tampouco. Mas nenhuma das versões é mais inebriante que a narração de Hélio Câmara, propagada pelas ondas do rádio e eternizada na memória e no acervo pessoal de muitos torcedores.
Aquele time de Moura, Biro Biro, Mingo, Gito, Cícero Ramalho e companhia ainda hoje está na memória de Zé Ivaldo. Assim como o gol inesquecível. "Com certeza foi o mais bonito da minha carreira", comenta. O jeito simples não esconde no rosto de Zé Ivaldo a saudade de um tempo que não volta mais. Dizendo que o esporte mais praticado no país hoje em dia é bem diferente de alguns anos atrás, o "homem do gol mais bonito do Machadão", como alguns dizem, fala sobre um tempo onde o jogador buscava mais a vitória que o dinheiro. "Naquela época era muito bom. Aquele grupo do América era bem unido, bem amigo, todo mundo querendo vencer no futebol e na vida", lembra.
O gol daquele América e Náutico foi mais um. Claro, o mais bonito de todos, segundo o próprio autor, porém somam-se a ele outros 107, um bom número se considerarmos uma carreira quase toda feita na região Nordeste em 12 anos. O time onde mais balançou as redes foi justamente o primeiro, a Desportiva do Vale, de Ipanguaçu-RN, quando ele marcou 29 gols. Natural de Itajá, Zé Ivaldo passou de 1992 a 1995 no clube da cidade próxima até ter sua primeira oportunidade em um clube da capital, o ABC, ainda no ano de 1995. No ano seguinte, foi a vez do Alecrim e, logo em seguida, o América.
Dessa passagem muita história já foi contada. Acesso à primeira divisão, gol histórico, reconhecimento. A passagem de Zé Ivaldo pelo América, porém, nem se compara ao tamanho da fama de seu gol. Em 1997, o atacante foi autor do primeiro gol do Campeonato Estadual, que foi vencido pelo rival ABC. Ainda naquele ano, o atacante deixou o clube. Ele conta que o contrato de empréstimo junto ao time alvirrubro venceu e o empresário dono de seu passe, um político da cidade de Ipanguaçu, não quis vendê-lo ao América.
O destino então foi o Potiguar de Mossoró. A partir daí, um verdadeiro tour pelo Nordeste: Areia Branca-RN, Fluminense-BA e Treze-PB em 1998; Baraúnas em 1999; CAP-RN e Central-PE em 2000; Potiguar de Mossoró em 2001; Potiguar de Parnamirim em 2002; e Atlético Potengi entre 2003 e 2004, ano de encerramento de sua carreira. No meio desse período consta também, em 2002, uma passagem pelo Atlético-SC. Foi lá que Zé Ivaldo marcou 15 de seus mais de 100 gols.
"Aí Mingo veio, pela linha de fundo, ali pela esquerda, aí cruzou. Quando ele cruzou, eu peguei de primeira, de esquerda (silêncio). O campo estava lotado naquele dia, viu?!". O relato emocionado é de José Ivaldo de Medeiros, de 41 anos, comerciante. Exatamente há 15 anos ele era apenas Zé Ivaldo, atacante do time do América de 1996, que conseguiu o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. O fato trata de um momento que está - e assim ficará - guardado na memória dos amantes do futebol potiguar: o gol antológico contra o Náutico, aos 38 do segundo tempo, que garantiu o time rubro na segunda colocação do quadrangular final da Segunda Divisão daquele ano e carimbou o passaporte do América rumo à Série A de 1997. Tranqüilo, de andar acanhado, Zé Ivaldo não passa despercebido aonde vai. O assunto, claro, não poderia ser outro a não ser o gol, digno de placa, na trave à direita das cabines de rádio do estádio Machadão.
Se fosse hoje, o Brasil inteiro poderia ter conferido na hora. Na época, apenas os torcedores do time do Recife, que assistiam ao vivo em sua cidade a partida entre América e Náutico naquele 24 de novembro de 1996, e os pouco mais de 15 mil torcedores que estiveram no estádio puderam ver o único, porém mais que suficiente, gol daquela tarde de domingo. E se o Brasil inteiro tivesse visto na hora, na opinião de Zé Ivaldo, a história poderia ter sido bem diferente. "Se fosse hoje seria mais fácil, a repercussão seria bem maior. Com certeza teria aparecido algum time de maior expressão nacional interessado em me levar", diz. Por aqui, restou a quem vivenciou o que muitos chamam de "pintura" contar aos que perderam o inesquecível gol. E histórias não faltam. Exageros, tampouco. Mas nenhuma das versões é mais inebriante que a narração de Hélio Câmara, propagada pelas ondas do rádio e eternizada na memória e no acervo pessoal de muitos torcedores.
Aquele time de Moura, Biro Biro, Mingo, Gito, Cícero Ramalho e companhia ainda hoje está na memória de Zé Ivaldo. Assim como o gol inesquecível. "Com certeza foi o mais bonito da minha carreira", comenta. O jeito simples não esconde no rosto de Zé Ivaldo a saudade de um tempo que não volta mais. Dizendo que o esporte mais praticado no país hoje em dia é bem diferente de alguns anos atrás, o "homem do gol mais bonito do Machadão", como alguns dizem, fala sobre um tempo onde o jogador buscava mais a vitória que o dinheiro. "Naquela época era muito bom. Aquele grupo do América era bem unido, bem amigo, todo mundo querendo vencer no futebol e na vida", lembra.
O gol daquele América e Náutico foi mais um. Claro, o mais bonito de todos, segundo o próprio autor, porém somam-se a ele outros 107, um bom número se considerarmos uma carreira quase toda feita na região Nordeste em 12 anos. O time onde mais balançou as redes foi justamente o primeiro, a Desportiva do Vale, de Ipanguaçu-RN, quando ele marcou 29 gols. Natural de Itajá, Zé Ivaldo passou de 1992 a 1995 no clube da cidade próxima até ter sua primeira oportunidade em um clube da capital, o ABC, ainda no ano de 1995. No ano seguinte, foi a vez do Alecrim e, logo em seguida, o América.
Dessa passagem muita história já foi contada. Acesso à primeira divisão, gol histórico, reconhecimento. A passagem de Zé Ivaldo pelo América, porém, nem se compara ao tamanho da fama de seu gol. Em 1997, o atacante foi autor do primeiro gol do Campeonato Estadual, que foi vencido pelo rival ABC. Ainda naquele ano, o atacante deixou o clube. Ele conta que o contrato de empréstimo junto ao time alvirrubro venceu e o empresário dono de seu passe, um político da cidade de Ipanguaçu, não quis vendê-lo ao América.
O destino então foi o Potiguar de Mossoró. A partir daí, um verdadeiro tour pelo Nordeste: Areia Branca-RN, Fluminense-BA e Treze-PB em 1998; Baraúnas em 1999; CAP-RN e Central-PE em 2000; Potiguar de Mossoró em 2001; Potiguar de Parnamirim em 2002; e Atlético Potengi entre 2003 e 2004, ano de encerramento de sua carreira. No meio desse período consta também, em 2002, uma passagem pelo Atlético-SC. Foi lá que Zé Ivaldo marcou 15 de seus mais de 100 gols.
1992 a 1995 - Desportiva de Ipanguaçu (RN)
1995 - ABC
1996 - Alecrim
1996 a 1997 - América (RN)
1997 - Potiguar de Mossoró
1998 - Areia Branca (RN), Fluminense (BA) e Treze (PB)
1999 - Baraúnas (RN)
2000 - CAP (RN) e Central (PE)
2001 - Potiguar de Mossoró
2002 - Potiguar de Parnamirim e Atlético (SC)
2003 e 2004 - Atlético Potengi (RN)
Gols em jogos oficiais
29 - Desportiva
15 - Atlético-SC
14 - Alecrim
11 - América
10 - Baraúnas
10 - CAP
08 - Areia Branca
04 --Treze
03 - Central
02 - Potiguar de Mossoró
01 - ABC
01 - Fluminense-BA
Resumo
Total: 108
Média por ano: 09
Fonte: Blog do Marcos Trindade